Professor: as 10 formas de lidar com o esgotamento mental
Se você está procurando por um artigo que liste a culpa do governo, da sociedade, dos alunos, dos gestores, dos sistemas políticos.. Não é isso que você encontrará por aqui. Pelo contrário, até mesmo por não acreditarmos em soluções do tipo “de cima pra baixo” ou topdown, como dizemos em inglês… Vamos discutir o que é possível ser feito, levando em conta duas constantes inegociáveis: O que você pode fazer INDIVIDUALMENTE, e o que você pode começar a fazer HOJE.
Concordamos que a nossa profissão deveria sim ser mais valorizada, contudo, você vai encontrar bastante conteúdo por aí listando os responsáveis. Por aqui, vamos listar o que você pode fazer. Hoje.
Se você tem vivido sob grande estresse, cada vez mais cansado, esse artigo é para você.
Veja 10 formas de combater o Esgotamento Mental:
Em primeiro lugar: apesar dos grandes avanços na medicina que cuida da mente, muitas vezes o professor acaba se autodiagnosticando. Através do bate-papo na sala dos professores, naquele café, chegam a conclusão que podem estar com burnout, depressão ou ansiedade. Esse tipo de diagnóstico deve ser feito com acompanhamento médico. Se você vive esse tipo de problema, procure ajuda.
Contudo, muitas vezes a resposta é mais óbvia do que parece. O problema está no corpo, e os sintomas mentais são apenas respostas ao problemas do corpo.
1. Sono
Se você não dorme direito, você terá um grande número de problemas físicos e mentais. De acordo com o professor Matt Walker, do best-seller Why i sleep, veja a lista de problemas que a falta de sono ou a má qualidade do mesmo podem acarretar:
Sintomas Físicos:
- Comprometimento do Sistema Imunológico: A falta de sono enfraquece o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções e doenças.
- Aumento do Risco de Doenças Crônicas: Dormir pouco está associado a um maior risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardíacas e obesidade.
- Problemas Metabólicos: A privação de sono pode causar desregulação hormonal, incluindo aumento da grelina (hormônio da fome) e redução da leptina (hormônio da saciedade), levando ao ganho de peso.
- Redução da Coordenação Motora e Reflexos: Dormir mal compromete a coordenação motora e os reflexos, aumentando o risco de acidentes, especialmente ao dirigir.
- Fadiga e Exaustão: Sensação constante de cansaço e falta de energia.
Sintomas Mentais:
- Dificuldades Cognitivas: A privação de sono prejudica a memória, a concentração e a capacidade de tomar decisões.
- Problemas de Humor: Dormir mal pode levar a irritabilidade, ansiedade e depressão. A estabilidade emocional fica comprometida, resultando em maior reatividade a situações estressantes.
- Redução da Criatividade e Solução de Problemas: A capacidade de pensar criativamente e resolver problemas complexos diminui significativamente com a falta de sono.
- Aumento do Risco de Doenças Neurodegenerativas: A longo prazo, a falta de sono está associada a um risco maior de desenvolver Alzheimer e outras condições neurodegenerativas.
- Problemas de Aprendizagem: O sono é crucial para a consolidação da memória e o aprendizado. Sem sono adequado, a capacidade de aprender e reter novas informações é gravemente comprometida.
2. Desnutrição
Recentemente aprendemos que Sobrepeso ou obesidade, também são considerados desnutrição. Inclusive, eles são exatamente a falta de nutrição adequada. Aqueles lanchinhos entre as aulas, no intervalo, na janela… Onde você come bolos, bolachas e salgados industrializados, estão te deixando doente aos poucos. Comece a comer comida de verdade, tendo uma rotina: sempre no mesmo horário, ainda que seja no intervalo ou janela entre as aulas. Algumas dicas são: pão com ovo, frutas, banana com aveia amassada (se acrescentar whey fica perfeito).
3. Atividade Física
Como é difícil para o professor ter uma rotina de atividade física. Nas grandes cidades tem todo o tempo perdido no deslocamento (trânsito), alguns professores atuam em mais de uma escola, outros tem longas jornadas pegando aulas até mesmo a noite. Nós sabemos que é difícil. Mas se você conseguir fazer 30 minutos diários de uma atividade física da sua preferência, os efeitos positivos são quase que imediatos.
4. Gestão da sala de aula e o uso das metodologias ativas
Grande parte do esgotamento mental vem de dentro da sala de aula. Talvez, ainda mais em ensino fundamental 2 e Ensino Médio. Logo, tudo que te ajude a ter mais engajamento e disciplina por parte dos alunos, pode reduzir o seu estresse. E aí entram as metodologias ativas. Aprendizagem Significativa, Aprendizagem baseada em projetos, gamificação, são formas de ter a sala de aula na sua mão, e ainda melhora a aprendizagem dos alunos.
5. Planejamento Financeiro
Uma taxa muito alta de professores infelizmente estão com as contas bagunçadas. Talvez seja a hora de passar uma régua e organizar, renegociar algumas dívidas. E se esse não é seu caso, parabéns!, você pode aproveitar para fazer um planejamento de longo prazo, que vai te permitir investir em você mesmo e no seu desenvolvimento profissional e pessoal.
6. Gerenciamento do Tempo
Priorize tarefas e evite sobrecarga, distribuindo atividades ao longo do dia de forma equilibrada. Nada de deixar tudo para última hora, no fechamento do bimestre ou trimestre, vira aquele stress. Tenha a ajuda de um planner (você pode baixar nosso modelo aqui), e monte seu Planejamento Pessoal. Repare que não estamos falando do planejamento que a coordenação te manda no começo do ano, e sim do SEU.
7. Esteja aberto a oportunidades
Não é porque você é concursado ou está bem empregado em uma escola particular que você deve parar de observar o mercado. A educação no Brasil está em um processo de profundas transformações, e tem muita oportunidade legal. Inclusive, recomendamos fortemente que você tenha seu perfil no Linkedin atualizado. Ele costuma ser um grande agente para descobertas de novas oportunidades.
8. Coloque a cabeça fora da sala da aula
Pelo menos por um pouco, dê algum oxigênio a sua prática pedagógica. Visite algum evento que você nunca foi, como o BettShow, faça algum curso de uma outra área que não seja educação, encontre um hobbie que você gosta, leia um livro fora da sua área…
9. Desconectar-se da Tecnologia
Pausas regulares das telas e redes sociais ajudam a reduzir a fadiga mental.E próximo da hora de dormir, nem pensar.
10. Procure ajuda
Se em algum momento você sentir que o esgotamento mental está afetando seu bem-estar ou sua capacidade de desempenhar suas funções, recomendo fortemente que considere buscar ajuda profissional. Conversar com um terapeuta ou psicólogo pode oferecer um espaço seguro para explorar seus sentimentos e desenvolver estratégias eficazes para lidar com o estresse.